sábado, 18 de junho de 2011

Quando a opção é morrer


Dizer que alguém é bonito, rico e bem sucedido pode parecer à primeira vista ser sinónimo de que esse alguém é naturalmente feliz, no entanto acontecimentos recentes tem-nos provado a falsidade deste pensamento e que nem sempre o que parece é. Há pois, citando Shakespeare, mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia. Peter Smdley, um hoteleiro britânico multimilionário decidiu optar pelo caminho da eutanásia numa clinica suíça quando soube que era portador de uma doença neurológica incapacitante a nível motor. O escritor Terry Pratchet, doente de alzheimer defende a morte médicamente assistida e afirma desejar seguir o exemplo do primeiro e morrer "com dignidade", nas palavras do próprio. O que é que leva estes homens a desejar pôr termo à vida, eles que têm tudo o que um ser humano pode desejar?

Eis o vazio da vida à luz do materialismo. Não seremos mais do que esta massa de carne, sangue, musculos e nervos que um dia vigorante, degenera e morre? Estaremos condenados a viver apenas a vida dos sentidos? Que sós que ficam os mortos, suspirava o poeta sevilhano Gustavo Adolfo Bécquer ao fechar a porta do mausoleu onde jaziam os restos mortais da sua amada. Não desejo entrar em discussões sobre se a eutanásia deve ou não ser legalizada, apenas a título pessoal deixar algumas questões no ar e em nome da citada "dignidade humana" afirmar que o ser humano é mais do que um corpo e que a sua vida não se extingue no túmulo, se assim fosse triste e infrutífera seria a sua caminhada sobre o planeta Terra.

Para aqueles que não sabem, todo o processo de morte medicamente assistida de Peter Smdley foi transmitido pela BBC no passado dia 15 de Junho, um espéctaculo triste, deixando mais uma questão no ar, não teria este homem dinheiro suficiente para pagar as suas necessidades médicas e de conforto geral durante os anos que lhe restasse viver?

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