domingo, 19 de junho de 2011

A ânsia de viver



O relógio não pára. A cada segundo as células do nosso corpo morrem e regeneram-se, o mundo segue a sua elipse, o Universo move-se e nós somos obrigados a acompanhá-lo na sua marcha evolutiva. Talvez por isso, quem sabe, talvez porque não podemos deter o tempo ou ainda mais doloroso, vivemos num mundo de penas e expiações onde tudo o que é feliz soa a éfemero e até temos medo de falar para não quebrar o encanto. É essa efemeridade da alegria, que nos caminhos da vida não poucas vezes nos estende penosas armadilhas, os vícios, os exageros que apenas conduzem à doença e ao desequilibrio, pelo menos vivi, dizem alguns.
É deveras humano sentir necessidade de vida, necessidade de alegria, necessidade de achar sentido aos que-fazeres do dia-a-dia mas também é humano procurar a resposta a essas necessidades no caminho mais fácil, caminho esse que apesar de dourado das palavras - pelo menos vivi, deixo transparecer nos olhos que sempre espelham a alma, um vazio, um sentimento de perda, perdi a minha vida e agora não tenho outra... Então a consolação vem à mente da maneira mais sinuosa e triste, que importa ter perdido a vida, quando morrer tudo se acaba, ainda bem que aproveitei enquanto tive tempo, enquanto fui jovem e saudável. Então é o desgosto porque já não há motivo para se alegrar ou ter esperança.
Este sentimento, a Esperança, é de uma enorme importância para o povo judeu, tão importante que dá nome ao hino nacional de Israel Hatikva , uma canção de saudade da Terra Prometida redigida no séc. XVI que se tornou um símbolo do anti-semtismo e em especial do sionismo. Foi a esperança que permitiu às vitimas das monstruosidades perpetuadas ao longo da Hitória sobreviverem a humilhações e maus tratos de toda a espécie, lembrando a inscrição à porta do Inferno descrito por Dante Allighiere na Divina Comédia, perdei a esperança vós que entrais.
Temos assim que num mundo imperfeito como é ainda o planeta Terra, pensado como uma escola e hospital onde as almas vem preparar-se para a regeneração, só a esperança num melhor porvir, numa outra vida ou do outro lado da vida, nos pode preencher verdadeiramente. Pessoalmente acredito que Jesus é o caminho, a verdade e a vida, não o elemento castrador e inibidor que alguns falsos profetas anunciam, o apóstolo Paulo de Tarso ilustrou bem esta questão ao afirmar: tudo me é permitido mas nem tudo me convém. Jesus, o divino amigo, veio à Terra um dia apenas com um propósito, "eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância", esta é a minha ânsia de viver, viver referto na abundâcia de que fala Cristo, no final tudo o que me é pedido em troca é o meu melhoramento e adiantamento moral e é bastante...
Estamos todos sedentos de vida! Porque não colocar a nossa esperança onde o ladrão não chega e a traça não corroi?

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