quarta-feira, 22 de junho de 2011

O espectáculo deve continuar

Acabo de ver um programa da Tyra Banks sobre uma rapariga de 18 anos que se prostitui desde os 14. A audiência ficou chocada com a forma natural com que ela foi relatando diversas situações da sua vida desde raptos, violações a ameaças de morte, tudo parecia aceitar com um sorriso e um encolher de ombros. A propria apresentadora estava boquiaberta com as respostas e de cada vez que a interpelava perguntando-lhe se não importava, se este tipo de vida não a incomodava ou porque razão não mudava de vida, mais uma vez a rapariga revidava sorrindo: a vida é mesmo assim, não há razão para me deprimir quando sei que não há nada que eu possa fazer.
Ao ver o programa voltou a soar na minha mente a música dos Queen, The Show Must Go On, a canção de despedida de Freddy Mercury:

Inside my heart is breaking
My makeup may be flaking
But my smile still stays on
Whatever happens, I'll leave it all to chance
Another heartache, another failed romance
On and on, does anybody know what we are living for?

Só ao ver este programa e ao ouvir o depoimento desta jovem compreendi porque razão uma outra prostituta numa entrevista da RTP há uns anos atrás dissera que era necessária muita sanidade mental e força para se ser prostituta.
Uma segunda convidada do programa da Tyra Banks encerrou a questão dizendo que o que lhe interessava era ter dinheiro e independência, não contava viver muito tempo portanto havia que aproveitar enquanto o corpo aguentasse que é como quem diz: the show must go on.
Naturalmente sou de uma outra opinião e gostaria muito que espectáculos como estes não se repetissem defendendo a dignidade humana, se acaso tão vil e podre lhes parece o corpo, cuidem da Alma.

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